12.4.11

E o focinho do porco não era a tomada


E como de costume, estavam as duas amigas atualizando as novidades via bate-papo do Facebook.
- Eu adoro viajar na maionese... Estava pensando em uma coisa...
- Diga!
- Eu decidi fazer uma coisa... Vou enviar uma mensagem pro médico da minha mãe.
- Ãn? O bonitão? E falar o que?
- Hum... Cara de pau mesmo. É... Vou mandar uma música.
- Como assim? Ele deu esta deixa?
- Não deu deixa, não. Vou mandar aí para você ver. Mas vou mandar assim mesmo!
- Você vai mandar uma música para alguém com quem só conversou sobre tratamentos médicos?! E da sua mãe?! Kkkkkkkk
- Pelo contrário... Vou dormir. Estou com sono.
- Você ficou com raiva porque eu ri da história da música! E qual é a música? Agora conclui, né!
- Tô meio dormindo. Vou sair e te mandar a música.
- Não acho errado você mandar. Só fiquei surpresa!
- Fui. Inté!
- Inté... Boa noite...
Logo ela escutou o sinal de mensagem no celular. Ficou um pouco mais no computador igual a quem toma um telefone na cara e precisa fingir que ainda está falando com o outro na linha para ninguém notar.
Já na cama, lembrou-se da mensagem.
- É mesmo, vou ver qual era a música, afinal!
E leu a mensagem.

“Eu quero te roubar pra mim. Eu que não sei pedir nada. Meu caminho é meio perdido
Mas que perder seja o melhor destino... Agora seja lá o que for... Eu só quero saber em qual rua
minha vida vai encostar na tua...

Beijos. Boa noite.”

A amiga sempre a surpreendia. Hora extremamente retraída, hora extremamente ousada.
- Nossa! Que coragem! Metade das mulheres, com certeza, já pensou em mandar esta música para um cara. A outra metade já deve ter mandado! E ela já estava até com a música digitada. Prontinha! E que história é esta de "pelo contrário"? O que rolou que eu ainda não sei? Ô danada! Diria a minha avó. Amanhã dou uma força para ela mandar. Se é que precisa.
De repente ela cai na risada sozinha. Lê a mensagem de novo...
 - Imagina se alguém pega meu celular e lê esta mensagem do jeitinho que está! Vai tentar explicar! Assim começam até guerras... Deletando...

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